domingo, 27 de abril de 2014

Samhain 2014


Salve Espiritos Caminhantes!!!













Mais uma vez, Samhain (pronuncia-se Sou-in).


Aproxima-se o período mais escuro do ano. Muitos acreditam que a escuridão é maligna e medonha, o que é um grande equivoco. Para nossos antepassados celtas este era um período especial, era nesse momento que  os mundos se cruzavam e facilitavam o contato com as sabedorias interdimensionais, com os deuses e deusas antepassados, o povo belo e muitos outros mundos.
Os druidas se preparavam  para as adivinhações que trariam saberes sobre o período que viria. O inverno para eles era um período de muitos desafios; os alimentos eram escassos o clima era muitas vezes cruel e muitas ervas com as quais eram feitos remédios desapareciam, as colheitas que eram feitas no outono eram primordiais para uma passagem mais tranquila nos meses gélidos do inverno.



As energias escuras
Nós, por estarmos em um pais tropical, temos pouco contato com as energias escuras que vem com a chegada do Samhain, pois  nosso inverno não  bloqueia a luz solar como acontece na Europa , mas ainda sim é bom sabermos lidar com essas energias a fim de compreende-las e saber tirar bons frutos de suas potencias.


As energias escuras tendem a ser primarias, não há bondade ou maldade nelas isso depende exclusivamente da pessoa que se propõe a trabalha-las, por isso quem for lidar com essas forças deve estar bem ancorado  equilibrado e firme em suas intenções. Apenas os druidas se propunham a trabalhar tais forças, jamais pessoas normais sem o conhecimento necessário,  pois os danos poderiam ser grandes e muitas vezes irreversíveis. Como já falei as energias escuras são especialmente primarias e por isso carregam com elas o que há de mais primitivo, como os instintos e os sentimentos em estado bruto, no caso, as potencias do amor e do medo, as forças antagônicas que compõem e equilibram o universo, vou dar alguns poucos exemplos a fim de ajudar a entender um pouco o que digo por energias primarias.

 Do AMOR vem:
O calor
O força atrativa
A luz
 Do MEDO vem:
O frio
A força repulsiva
A escuridão

Aqueles que precisam trabalhar sua potencias mais primitivas podem aproveitar  o Samhain para faze-lo; vencer medos, abandonar uma possessão (não falo de possessão espiritual... falo de dependências sentimentais como paixão e ódio), trabalhar falta ou excesso de energias, etc.

    
Hora de honrar os antepassados
 Os celtas aproveitavam que no Samhaim os mundos se cruzavam e eram vencidas as barreiras do tempo e espaço, sendo assim um especial momento para entrar em contato com os que já se foram. Os druidas, sacerdotes celtas,  preparavam cerimonias especiais para esse momento a fim de honrar os mortos e pedir sua sabedoria, lembrar de seus feitos heroicos e suas conquistas.


 Um costume Irlandês.
Era um costume na Irlanda fazer um amuleto para trazer equilíbrio entre os quatro elementos.  Esse amuleto era chamado parshell, acreditava-se que nos períodos difíceis de inverno estar equilibrado com os quatro elementos poderia fazer  a diferença entre a vida e a morte.
      
Para fazer um parshell você vai precisar de duas varetas de 60 cm de comprimentos e 1 de diâmetro um pouco de palha ou fita. Junte as as varetas em Cruz e enrole a palha ou a vareta no sentido horário, faça esse enrolamento a partir do centro da cruz ate que fique no máximo de 7 a 10 cm das pontas das varetas expostas. Enquanto enrola a fita ou a palha  deve-se ter intensamente o desejo de equilibrar as energias dos elementos.
Por: Hametts                    

 Fonte de estudos: A roda da vida- os poderes sagrados da natureza, de Andy Baggott

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Samhaim 2012

Saudações espíritos caminhantes!!!

Chegamos ao término de mais um ciclo.
Durante nossa caminhada pela roda, seguimos a sugestão de amigos e optamos pela roda mista. Chegando ao término, reavaliando a caminhada, olhando para cada passo que demos, para cada tropeço e avanço, decidimos reavaliar nossas escolhas e caminhar em direção a tradições que sentimos intimamente mais confortáveis.

Mas todo ciclo que se inicia, impreterivelmente chega a seu fim.

Chegamos ao Samhaim, comemorado tradicionalmente no dia 31 de outubro no hemisfério norte e nesta mesma data para os que seguem a roda mista no hemisfério sul.
O véu entre os mundos estará tênue, suave... nos possibilitando o contato com a sabedoria, força e poder dos antigos. É tempo para profundas meditações e contato, não somente com antepassados, mas com os Deuses, elementais e todos os seres das outras dimensões, possibilitando grandiosas conexões.

As energias se movimentarão e a luz irradiará por entre o véu. Os Tuatha de Dannan,os de Tir na Nog, elementais e todos os seres de outras dimensões estarão transitando livremente por entre os planos.

É tempo de novas energias, tempo para fermentar novas idéias, atitudes, planos e objetivos... tempo para buscar novos horizontes para um novo ciclo, na busca diária por harmoniosa convivência natural. Tempo para avaliação sincera e profunda de todo o ciclo, tempo de rever progressos e regressos, reavaliar conceitos e atitudes, replanejar as escolhas da vida e assumir compromisso com novas programações mentais.

Tradicionalmente no hemisfério norte a noite dos antepassados é o momento preciso para adivinhações e leituras. Todo o ciclo anterior será relembrado e suas lições aprendidas, ao passo que o novo ciclo será avaliado e planejado.
Por ser comemorado no meio do Outono (no hemisfério norte), era contado pelos bardos como Cernnunos se sacrificava todos os anos no Samhaim para que seu sangue nutrisse a Terra para dar força e vitalidade a Ceridwen.
O conto a seguir é tradicionalmente contado ao redor do mundo:

“Lyla sentou-se no chão e olhou para o céu claro, limpo e estrelado. O reflexo da Lua cheia na água fez Lyla pensar numa pérola. Redonda e branca... Mas logo as crianças chegaram, e sentaram ao seu redor, interrompendo seus pensamentos. Sorrindo, Lyla olhou para cada uma deles.
'Comecemos? Vou contar para vocês a estória de como o Cornudo se sacrifica todos os anos para garantir força à Grande Mãe, para que esta possa vencer o frio do Inverno. Estão prontos?'
As crianças acalmaram-se para ouvir Lyla.
'Não foi há muito tempo que aconteceu. O Sol sumia no Oeste, e as aves noturnas já deixavam seus ninhos, umas ameaçando cantar. Debaixo das árvores, correndo para suas tocas, os pequenos animais apressavam-se, fugindo do frio cortante que se faria presente em pouco tempo. Aquela era a época do Cornudo, e só as criaturas mais fortes sobreviveriam a inverno tão rigoroso.
O Sol baixou, baixou, até que só se via uma fina linha de separação entre céu e Terra no horizonte, e tudo ficou avermelhado, com um ar mais mágico. E então, a luz se foi. A Lua estava crescente no céu, e um vento gelado começou a correr por entre os troncos seculares das árvores. Ouve-se, agora, o som de uma flauta...Som tão límpido e cristalino, que a superfície do lago, antes parada, tremulou ao som da melodia alegre.
Todos os animais da floresta pararam para ouvir o som da flauta, e mesmo as aves noturnas cessaram seu canto orgulhoso. E por entre as árvores, a flauta se fez ouvida em toda a floresta. E mais nada, além do som doce da flauta.
Atravessando o lago, um pouco depois do Grande Carvalho, estava a fonte de tal encantamento. Sentado numa pedra coberta de limo, balançando ao som da flauta de bambu, um ser robusto, com tronco e cabeça de homem, pernas cobertas de pêlo, cascos de cavalo e grandes chifres pontiagudos.
Observava a donzela que dançava ao som de sua música, logo à sua frente. Tinha longos cabelos claros, lisos, que escorriam até a altura da cintura. Os fios sedosos acompanhavam os movimentos da dança, pés habilidosos moviam-se descalços sobre a grama. A Deusa nunca havia estado tão bela quanto naquela noite.
Os dois brincavam nus, na noite fria da floresta, e alguns animais se juntavam ao redor da clareira. Cansada, a Donzela sentou-se, e olhando para o Cornudo, esperou que a música acabasse.
Quando o Deus afastou a flauta de seus lábios, as figuras dos animais e da Donzela desapareceram... Meras lembranças. A Deusa agora se recolhia grávida no Mundo Subterrâneo, guardada por seus familiares, pronta para dar à luz dentro de tão pouco tempo.
Era necessário que o Sol Novo nascesse. O Cornudo levantou-se com tristeza e caminhou até o lago, para observar seu reflexo. Já estava velho e fraco, mas ainda continha grande energia... Energia necessária para que a Deusa agüentasse o parto que se seguiria em menos de dois meses. Já não podia continuar a viver... A Terra precisava de seu sangue, e o Sol Novo de sua energia.
Um grito ecoou em sua mente: a Deusa sofria. Aquele era o momento certo. O Cornudo olhou para os céus, e olhando para a mata, despediu-se de sua casa. Tambores rufaram quando Ele ergueu suas mãos e pronunciou as palavras secretas. Houve uma explosão, e Ele desapareceu.
Aqui, numa clareira nas montanhas, já distante da floresta, ouviam-se os tambores de guerra. Uma música rápida e repetitiva tornava o ar agressivo. Também com uma explosão, o cornudo surge no centro do círculo, um olhar decidido em seu rosto.
O Velho Cornudo tinha agora em suas mãos uma adaga ritual, e quando Ele a levantou apontada para seu peito os tambores cessaram. Cernunnos fechou os olhos, e o momento se fez silencioso... Aqueles segundos duraram milênios... O Cornudo levou a adaga a seu peito, e os tambores voltaram a tocar.
Quando a lâmina fria rasgou a carne do Deus, não houve um grito, sequer um sussurro de dor... Apenas o som do sangue derramando-se sobre a terra. O Cornudo ajoelhou-se, com calma em seu olhar. Com as próprias mãos, abriu a ferida para que os espíritos recolhessem o sangue.
Quando o círculo tornou-se silencioso novamente, e todos os espíritos partiram, o Deus deitou e virou-se para as estrelas, e esperou que a paz voltasse a reinar sobre a floresta. Ainda sentia o sangue escorrendo para fora de seu corpo, e regando o círculo sagrado em que repousaria para sempre.
E do solo, ou talvez de lugares além das estrelas mais distantes, elevou-se um cântico, murmurado e pausado... Talvez fossem as pequenas criaturas do subsolo, ou ainda as estrelas, despedindo-se de seu Deus.
"Hoof and Horn, Hoof and HornAll that Dies Shall be Reborn.Corn and Grain, Corn and GrainAll that Falls Shall Rise Again."
Cornudo morreu sorrindo, sabendo ser a semente de seu próprio renascimento. E Ele pode sentir sua energia retornando ao útero da Grande Mãe, que agora deixava de sofrer...
Os espíritos, então, romperam a barreira entre os dois mundos, e caminharam por sobre a Terra, espalhando o sangue e a força do Deus, para que pudéssemos sobreviver através dos tempos difíceis que se aproximavam.'
Lyla limpou uma lágrima que escorria de seu rosto. As crianças ainda ouviam atentas.
'É por isso que os espíritos vêm ao nosso mundo nessa noite tão escura... Eles trazem consigo um pouco do sangue do Deus Cornudo, que só renascerá no Solstício de Inverno. Trazem conselhos, proteção e promessas de que nos irão guiar durante todo o período escuro do ano. Devemos, portanto, saudar os espíritos, porque, sem eles, a semente do renascimento não seria espalhada.
Agora vão para a Casa Grande, vamos começar o ritual.'
Lyla deixou que as crianças corressem na frente em direção à Casa Grande. Parou no meio do caminho, e deixou que seus ouvidos escutassem os sons do além. E de algum lugar chegou aos ouvidos de Lyla um cântico... 'Hoof and Horn, Hoof and Horn...'
E Lyla caminhou para a Casa Grande.”

Um poema de nosso bardo:
“Tênue, tênue, tênue,
O véu esta tão tênue, outros mundos nos tocarão.
Estaremos juntos mais uma vez; de longe vêem os antepassados...
Avô, avó, sábios antigos, os povos pequenos também virão, os da água e da terra, os do fogo e do ar...
Das arvores vêem as dríades , das selvas o espírito animal.
O grande Cernunnos , se prepara para seu rito de amor, e esta noite a terra bebera de seu sangue, só assim o ciclo terá força para prosseguir por luas sem fim.
Mais uma vez a deusa chorara... Mas do seu sagrado ventre o deus renascera, para que a roda nunca pare, para que o amor dos deuses recomece, e vida se refaça...
Este é o ciclo, esta é a lei.
Assim me contou o bardo, e assim eu a contei.”
Por Hametts

Não podemos no entanto nos esquecer, que aqui no hemisfério sul estamos no meio da Primavera. Nesta época, os Deuses, jovens e férteis, se amam e copulam celebrando a fertilidade da vida.

Reavaliamos nossas práticas, replanejamos nossas cerimônias.
31 de outubro... Beltane (hemisfério sul)... Samhaim (hemisfério norte ou roda mista do hemisfério sul)... o ciclo termina mais uma vez para os Espíritos Caminhantes. A partir deste ponto seguiremos a roda do hemisfério sul.
O novo ano se inicia... a roda jamais pára de girar!


Awen /|\
Ágata Codací Shaiene e Hametts

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Samhain 2011

Saudações espíritos caminhantes!


Antes de falar sobre o ritual de Samhain preciso deixar claro que nós aderimos à roda mista que nos foi aconselhada por um grupo de druidistas amigos de caminhada que muito nos ajuda, o link deles esta em nossa lista (recomendamos /Caer Tabebuya) o setor do site que fala da roda mista é o setor druidismo, nele vocês irão encontrar detalhes sobre essa opção de seguir a roda do ano de maneira que equilibra bem as nossas estações e os rituais druidistas realizados em todo mundo.

Não vou descrever um formato dessa cerimônia nesta postagem, pois há muitos sites e blogs tratando desse assunto, vou escrever aqui um pouco dos porques dessa cerimônia, OK?

 

 Bem, o Samhaim é um momento muito importante no druidismo, pois é um tempo de especial contato com nossos ancestrais. Nossa cultura se baseia no que aprendemos com a observação da natureza e com a sabedoria dos nossos antepassados, e é no Samhain que todos os druidistas do mundo se preparam para entrar em contato com seus antigos irmãos. Eu particularmente acredito que os antepassados que estão em outra dimensão também esperam amorosamente por esse momento especial. Por isso preparar o Samhaim é de extrema importância para nos druidistas,não estou falando de cerimônias gigantescas e extremamente elaboradas e sim de uma cerimônia preparada com respeito e esmero.
Nossos ancestrais celtas acreditavam que na noite de 31 de outubro para 1 de novembro as passagens para as outras dimensões se estreitavam e era possível acessar os ancestrais para obter iluminação, cura, inspiração, e outros conhecimentos. Realmente era uma noite especial! É uma cerimônia poderosa para a realização de magias e adivinhações portanto é um excelente momento para os druidas, bardos e ovates!


Samhaim

Gira a roda, cantos, contos.
Forjadas nas forjas do tempo, as palavras jamais serão esquecidas!
Os sábios nunca morrem! suas espadas nunca enferrujam! e seus feitos a terra trovara por tempos sem fim!
Gira a roda, e o ciclo se repetira!
As portas dos mundos se abriram, que venham os tuatha de danann e os que estão em tir Na Nog!
O velho bardo trará novas canções, e nos as cantaremos.
Awen, Awen, Awen!
Revelações e previsões. Os mundos estão conectados!
Awen, Awen, Awen, suas lições são valorosas!
Awen, Awen, Awen! Guiara-nos por toda vida!
Gira a roda, cantos, contos.
O ciclo nunca cessou!

Poema de Hametts


Awen /|\
Hametts